Atividade integrou a semana de
reflexão sobre o 13 de maio
No último dia 08 de maio, a Fundação Julita recebeu a
palestra “História do racismo e seus desdobramentos” com o educador Douglas
Araújo, Mestre em Estudos da África.
Logo de início o educador explicou um ponto central:
de que a humanidade começou no continente africano. Portanto, foram as
migrações para outros continentes e a mudança de meio ambiente que ocasionaram
as modificações dos traços físicos dos seres humanos.
A partir desse
entendimento ficou mais fácil entender que não existe raça humana superior à
outra, como a própria ciência já comprovou.
Além disso, durante o bate papo temas tabus como o etnocentrismo
- que é quando uma cultura é considerada a certa e as demais, a errada - foram
abordados, para que os jovens pudessem ir interpretando o porquê que aconteceu
a escravidão dos negros pelos europeus.
“Eu acho fundamental
debater o assunto, porque estamos tratando de temas tabus, que são cotidianos,
mas ainda são tabus. E é de extrema importância trazer a percepção de que é um
tema que pode ser destrinchado. A compreensão desse processo é acessível a
todos, já os jovens podem e precisam também entender disso tudo”, avalia
Douglas Araújo.
Para ajudar a ilustrar todo o processo, ainda houve a
exibição de um trecho do filme “Amistad”, que mostra como era cruel o sistema
de escravidão, onde os negros eram arrancados de suas terras e transportados em
navios em condições degradantes, sendo que muitos já morriam durante os vários
dias de viagem.
O Brasil e a sua falsa abolição
Na palestra, que foi uma verdadeira aula da história
real do Brasil, os jovens conseguiram entender o contexto da sociedade
brasileira, onde o racismo ainda é uma ferida aberta.
O Brasil foi o último país do mundo a assinar a Lei
Áurea, em 13 de maio de 1988, que extinguiu a escravidão no país.
Com isso, os
negros foram libertados sem nenhum respaldo ou indenização por todos os anos de
trabalho escravo e, mesmo após 130 anos da Lei Áurea, os negros ainda seguem à
margem da sociedade.
Prova disso é o fosso social que separa os negros dos
brancos, como demostra o Atlas da Violência 2017, lançado pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que
mostra que os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em
relação aos brasileiros brancos.
Além disso, outro índice que ajuda a escancarar a
desigualdade é que,
apesar de um crescimento em qualificação, a população negra com o mesmo nível
de estudo ainda recebe menos que a população branca, conforme pesquisa “Características do Emprego Formal”, da
Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Esse são alguns exemplos do
racismo estrutural que impera no Brasil, ainda têm os diversos casos de racismo
em lojas e estabelecimentos diversos que ganham notoriedade nas redes sociais,
e muitos outros casos que nem sequer chegam a ganhar destaque, mas que
acontecem no dia a dia.
Por isso, diante dessa realidade se faz necessário
debater e refletir a questão do racismo, ainda mais estando dentro de uma
comunidade como o Jardim São Luís, que já foi chamado de “Triângulo da Morte”
ao lado do Jardim Ângela e do Capão Redondo devido ao alto índice de homicídios,
onde a maioria dos moradores são afro-brasileiros.
Fundação Julita reflete o dia 13 de
maio
O que significa o 13 de maio para você? Dentro desse
questionamento e entendendo a importância de debater a data, a Fundação Julita
realizou uma série de atividades educativas e culturais. O debate “História do
racismo e seus desdobramentos” inaugurou a semana.
Fundação Julita reflete o dia 13 de maio
O que significa o 13 de maio para você?
Dentro desse questionamento e entendendo a importância de debater a data, a Fundação Julita realizou uma série de atividades educativas e culturais.
Entre elas, a palestra “Fala sobre as religiões de matriz africana e sua importância na resistência cultural”, clique para conferir; o debate “Pé no terreiro: pesquisa sobre a presença negra na zona sul”, clique para conferir; o Cine Julita, que debateu o documentário “Quem te Penteia”, clique para conferir; a Roda de conversa sobre a história da capoeira e vivência clique para conferir e a “Exposição Fragmentos estéticos: Afro-brasileiros racismo e religiosidade”, clique para conferir.
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