sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Encontro Cultural 2016 promove economia local, entretenimento e cultura


Em novembro, a Fundação Julita realizou o Encontro Cultural de 2016. O Evento teve como proposta impulsionar a economia local e trazer reflexões acerca do processo cultural da cidade e, para isso, contou com uma programação diversificada, englobando feira de artesanato, apresentação de música e de dança, intervenções artísticas, oficinas e vivências. Compareceram ao Encontro cerca de 1000 pessoas.



A feira de artesanato contou com a presença de dezenove empreendedores da região e de outras localidades. A diversidade também fez parte da feira. Teve vendas de joias, filtros de sonho, roupas, brinquedos de madeira, produtos orgânicos, entre outros produtos.

Com objetivo de valorizar e difundir as diversas manifestações artísticas, o Encontro trouxe como novidade a presença das tatuadoras Suellen Santos e Thamu Candylust. As artistas tatuaram durante todo o evento, tendo como proposta a intervenção artística.

As apresentações musicais contaram com a presença  de Luana Hansen, da banda Malaco Velho com participação dos grupos Samba Rock Cultural e Soul Sambarock, do rapper Mow e do grupo Samba da Canjica com o samba de roda do Programa Araucária da Fundação Julita.

O Encontro também teve oficinas como porta-retratos com materiais reciclados, máscara africana, Abayomi (boneca africana), pulseiras, entre outras,  além de um painel em que cada participante pôde divulgar seu trabalho e conhecer serviços locais.

Confira algumas fotos do evento

















































Fotos: Agnaldo Vieira, Carla Prates, Celso Nagata, Paulo Pucci, Wesley Dias.


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Último Cine Juventude do ano discutiu sobre os caminhos da educação

Neste mês, a Fundação Julita realizou o último Cine_Juventude do ano, com o tema "Os caminhos da educação pública no Brasil". Para contextualizar o debate foi exibido o documentário "Acabou a paz, isto aqui vai virar Chile - Escolas ocupadas em São Paulo", do diretor Carlos Prozanto. Para a discussão estavam presentes o professor William de Oliveira e a secundarista Bárbara Santos. Compareceram ao evento 70 pessoas, dentre elas alunos e professores da rede pública de ensino.






O tema central da discussão foi o impacto da política na educação. O Núcleo de Educomunicação da Fundação Julita abriu o Cine falando sobre a medida provisória de reforma do ensino médio, anunciada em outubro, e a PEC 55 (241), que está em votação no Senado.Também estiveram em pauta as escolas e as universidades ocupadas devido a essas duas medidas do atual governo. 

Afinal, o que é ocupar?


Para dar início às discussões, Leidyla Nascimento, educadora do Núcleo de Educomunicação, perguntou aos convidados o que, para eles, significava esse movimento de "ocupar as escolas". O professor de História, William de Oliveira, disse que "ocupar é um espaço de construção": "É um meio e não um fim porque se torna um espaço de formação e estudo além de propiciar o espírito de coletividade."

Para a secundarista Bárbara Santos, "ocupar é tornar a escola um lugar melhor": "Nas ocupações, não há barreiras para o conhecimento. Todo mundo aprende um com outro".

Uma outra secundarista presente na plateia disse que na ocupação é diferente, "há igualdade de gênero e união entre estudantes e professores": "Temos palestras e os movimentos sociais nos apoiando". Segundo a educanda, os alunos dão mais importância para a escola.

Escola como espaço de formação

Ainda falando sobre o papel das ocupações, o professor William apontou que a escola se torna um lugar de formação de fato diante desse movimento. Segundo ele, a partir do momento em que os alunos vão para um espaço de luta, a escola se torna algo diferente porque eles fazem parte da construção desse espaço, dando sugestões, fazendo junto e isso os incentiva a se posicionarem e a serem capazes de lutar.

Reforma do Ensino Médio: A quem serve?

Outro ponto discutido no Cine foi a reforma do ensino médio. O educador William disse que as reformas na educação são importantes, mas elas devem ser compartilhadas com os interessados (alunos, professores e comunidade). A grande questão, segundo ele, é: "Como fazer um projeto padrão para um país tão diverso como o Brasil?". O professor apontou que o projeto de educação é tecnicista, formando os jovens somente para o trabalho e nada mais.

A estudante Bárbara Santos disse que, para ela, o problema desta reforma é a maneira como está sendo feita: "Ninguém consulta os estudantes".

O professor Márcio Pimentel, presente na plateia, lembrou que a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) também foi uma reforma e, a partir do ano de 1996, a educação passou a ser menos tecnicista. Concluiu dizendo que os mais afetados com a reforma pretendida atualmente serão os mais pobres.

Outro professor presente no evento, Davi Agathocles, disse que a reforma beneficia somente as grandes empresas e que essa mudança vai precarizar ainda mais o ensino. Segundo ele, é preciso pensar em outros modelos de escola:  "A escola é um projeto dado. Para se fazer reforma, temos que acabar com esse modelo que está posto. Quantos espaços de formação podemos criar? É preciso se apropriar do conhecimento", concluiu.

E qual é a escola ideal?

Elton Vitor, consultor do Núcleo de Educomunicação, perguntou aos convidados e ao público qual seria então a escola ideal já que a que temos não nos satisfaz. Apareceram contribuições como:

"Escola sem paredes e sem grades".

"Um lugar de troca em que sejamos aprendizes, educandos".

"Uma escola onde todos se ajudassem independentemente da minha função na escola".

"A escola ideal é aquela que me escuta. Que seja acolhedora. Que eu sinta que ela é minha!"

Márcio Pimentel concluiu dizendo que gosta de pensar não em uma escola ideal, mas sim em um espaço educativo que precisamos no momento, de luta e de resistência. Para isso, se faz necessário pensar em um outro modelo de escola: "Uma escola que não me torne robô, mas sim um ser humano que é capaz e que saiba reconhecer seu próprio valor". 

E para finalizar o Cine_Juventude, William de Oliveira aconselhou os jovens a participarem mais das discussões referentes à educação e que, para isso, é preciso pesquisar, estudar, discutir, se posicionar. Sendo assim, o Cine_Juventude já é uma forma de participação, segundo ele.