terça-feira, 9 de maio de 2017

Cine_ Juventude discute sobre ser mulher na periferia

Em abril, aconteceu o segundo Cine_Juventude do ano com a exibição do documentário "Nós, Carolinas" produzido pelo coletivo Nós, Mulheres da Periferia. A discussão após o filme se baseou nas histórias de vida das personagens: suas angústias, sonhos, realizações e sobre o que é ser mulher na periferia e a necessidade de  existir meios de comunicação que mostre essa mulher real. Estavam presentes no evento cerca de 50 pessoas entre elas integrantes do coletivo.

Foto: Otavio Martins


O que é ser mulher na periferia?

Após a exibição do documentário, as jornalistas Bianca Pedrina e Mayara Pereira, integrantes do Nós Mulheres da Periferia, falaram  sobre o coletivo e o processo de produção do documentário. O Coletivo surgiu em 2012 com o objetivo de dar visibilidade às histórias das mulheres que vivem nas periferias já que falta espaço e representatividade na imprensa.

"Criamos o coletivo para dar luz a essas histórias e ninguém melhor do que nós, moradoras da periferia para responder o que é ser mulher na periferia", diz Bianca Pedrina.

A ideia de fazer o filme surgiu em 2015 com o objetivo de sair do "online" e estar mais perto das mulheres que ilustram o site com suas histórias. Para a elaboração do documentário, o coletivo entrevistou cerca de cem mulheres. A pergunta principal era como elas se viam na mídia. Dessas cem, foram selecionadas nove e depois quatro que fizeram parte do curta. O título  Nós, Carolinas é em homenagem a escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, pois em seus livros retratava as mesmas histórias que compõem o site do Nós, Mulheres da Periferia além de ter sido moradora da periferia.

"Queremos que as mulheres ao assistirem nosso documentário se perguntem: Quem eu sou dessas Carolinas? Que mulher sou eu na periferia?", afirma Bianca Pedrina.

As jornalistas disseram ao público que, com as exibições, estão aprendendo muito, pois estão tendo contato com vários movimentos de mulheres. Movimentos estes, que mostram que as mulheres da periferia são empoderadas.

"A participação da mulher da periferia é bem forte. Podemos dizer com toda a certeza, que quem movimenta a periferia, são as mulheres. Há diversas iniciativas feitas por elas", afirma Mayara Pereira.

"Trabalhar em rede para nos fortalecer"

Mayara e Bianca falaram que é preciso que as mulheres deem força uma para outra e que é muito importante trabalharem em rede para se fortalecerem. Graziela Karina Gomes, participante do Cine_Juventude concordou com essa afirmação e aproveitou essa fala para apresentar o seu blog sobre relacionamentos abusivos. A estudante contou que utiliza esse canal para ajudar e fortalecer mulheres que vivem ou já passaram por essa situação. "Muitas mulheres que acessam o meu blog, se identificam com ele, pois  já passaram pos situações semelhantes e dizem que é muito bom ter um espaço para falar sobre o assunto", comenta Graziela. 

Para encerrar o Cine_Juventude, as integrantes do Nós, Mulheres da Periferia leram o manifesto do coletivo que pode ser lido aqui.


Confira alguns depoimentos de participantes do Cine_Juventude

"Assistir o documentário foi gratificante! Ver todas essas mulheres e suas superações foi demais". Bárbara Santos, estudante.

"Ver projeto como o do coletivo Nós, Mulheres da Periferia nos inspira a continuar a acreditar". Shaina Medeiros, educadora da Fundação Julita.


Para conhecer e saber mais sobre o coletivo Nós, Mulheres da Periferia, acesse aqui.



Foto: Otavio Martins

Foto: Otavio Martins

Foto: Otavio Martins

Foto: Otavio Martins


Cine_Juventude

O Cine_Juventude acontece mensalmente sempre na segunda quinta-feira de cada mês. Tem como objetivo discutir e aprofundar assuntos que fazem parte do cotidiano da comunidade do Jardim São Luís por meio de filmes e bate papo com convidados.

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